Ricardo Reis- Síntese da informação recolhida
Ricardo Reis nasceu no dia 19 de Setembro de 1887, no Porto, no entanto Fernando Pessoa criou-o no dia 29 de Janeiro de 1914.
Foi educado num colégio de jesuítas e recebeu uma educação latinista e estudou por vontade própria o Helenismo, sendo Horácio e a sua teoria do Carpe Diem (goza o momento) o seu modelo literário. Essa formação clássica reflecte-se quer a nível formal- odes a maneira clássica, quer a nível dos temas que ele trata e da própria linguagem utilizada.
Medico de profissão, no entanto, nunca exerceu. De convicções monárquicas expatriou-se para o Brasil no ano de 1919.
A poesia de Reis é de cariz moralista, tem um intenso dramatismo e fatalismo, sendo este traçado pelo destino (Fado) que atribui ao homem uma vida efémera.
As linhas ideológicas presentes na poesia de Ricardo Reis reflectem um homem que sofre e vive o drama da fugacidade da vida, factor que lhe provoca sofrimento por pensar previamente na morte. Ressalta ainda a procura da perfeição, a intelectualização das emoções, o que revela um homem lúcido e cauteloso, que procura construir uma felicidade relativa sem exageros que lhe perturbem essa felicidade. Propõem a fruição das coisas sem demasiado esforço, uma vez que considera o destino mais importante que a própria força humana.
Poeta da razão e defensor do epicurismo- filosofia moral de Epicuro, que defendia o prazer como caminho da felicidade, contudo, a satisfação estável dos desejos, sem prazer ou dor, levam a um estado de ataraxia, de tranquilidade sem qualquer perturbação- e do estoicismo- corrente filosófica eu considera a possibilidade de encontrar a felicidade quando se vive em conformidade com as leis do destino que regem o mundo, mostrando-se indiferentes aos males e às paixões, porque perturbam a razão.
A nível estilístico, a poesia de Ricardo Reis revela um estilo densamente trabalhado, de sintaxe alatinada, recorrendo aos hipérbatos, às apostrofes, às metáforas, às comparações, ao gerúndio e ao imperativo.
Ricardo Reis faleceu quando morreu o seu criador Fernando Pessoa, em Novembro de 1935.